Este site é, acima de tudo, um convite. 

Um convite àqueles que tiveram a alegria de conhecer Agenor Guter ou, como muitos o chamavam com carinho, Seu Guter, Guto, Sr. Agenor, Genor ou até Zinho, apelido da infância. Um convite para que você, que viveu alguma história com ele, compartilhe aqui a sua lembrança. Uma foto. Um vídeo. Um áudio. Um momento engraçado. Uma conversa marcante. Um gesto que ficou na memória. 

Porque mais do que uma homenagem, este espaço é uma construção coletiva. E quanto mais pessoas deixarem aqui um pedacinho da história que viveram com ele, mais viva a memória dele continuará. 

Meu pai, Agenor, nasceu em 1º de junho de 1945, em Bento de Abreu, interior de São Paulo. Cresceu em uma família grande, filho de Maria e Francisco, e os irmãos Fernando (in memoriam), Olga, Mauro e Celso. Ainda jovem, mudou-se para a capital, onde viveu a maior parte de sua vida e construiu tudo com esforço e dignidade. 

Casou-se com minha mãe, Miriam, e dessa união nasci eu, Wagner Guter. Fui presenteado com um pai como poucos. Um homem correto, generoso, divertido e, acima de tudo, bom. Daqueles que marcam. 

Uma das lembranças mais fortes que tenho é dos domingos. Meu pai sentado na sala, jornal aberto nas mãos, rádio Motorádio colado no ouvido direito ouvindo o jogo do Santos, enquanto assistia a outro jogo na televisão, muitas vezes o famoso Desafio ao Galo. Era um verdadeiro malabarista da atenção, multitarefa antes mesmo disso ser moda. E ainda comentava tudo com precisão, com opinião, com paixão. Por que ele era isso: um apaixonado. Pelo Santos, claro, mas também pelo futebol como um todo. Chegou até a ser técnico de várzea, dirigindo times como Sociedade Esportiva Áz de Ouro e o Flor do Morro, lá na Zona Leste de São Paulo. 

E mesmo quando o filho virou palmeirense (culpa minha!), ele nunca questionou. Me respeitou, me levava nos jogos, torcia por mim. Porque era isso também que ele era: respeitoso, presente, parceiro. 

Pai adorava música. Tinha um ouvido perfeito e uma alegria especial nos encontros familiares, quando pegava o violão e cantava. Era só ouvirem: “Genor, toca aquela!”, e pronto, já estava feito o show. E o sorriso… Ah, o sorriso. Aquele sorriso aberto, sincero, que abraçava sem precisar encostar. Sorriso de quem vivia com leveza e generosidade. 

Trabalhou por muitos anos como representante de fábricas de óculos. Conhecia São Paulo como poucos. Antes do GPS, era ele quem desenhava mapas à mão pra me ensinar a chegar aos lugares. E sempre acertava. 

Meu pai não era um homem de títulos ou diplomas, mas era dono de um português impecável. Orgulhoso da nossa língua, me ensinou que saber se comunicar bem é saber se expressar com clareza, com verdade. E isso ele fazia com maestria. 

Por isso tudo, e por muito mais que nem cabe num texto só, venho aqui te pedir: se você conheceu meu pai, compartilhe conosco sua lembrança. Escreva. Envie. Deixe aqui seu registro. 

Porque acredito de coração que as pessoas só morrem quando ninguém mais fala delas, quando ninguém mais as lembra. Enquanto houver quem conte suas histórias, quem sorria ao lembrar de uma piada, de uma música, de um gesto… aquela pessoa continua viva. E é isso que queremos com este site: manter Agenor Guter vivo nas memórias de todos nós. 

Seja bem-vindo. E obrigado, desde já, por manter essa chama acesa com a gente